Olhar sobre a liberdade

Alimento para a alma
Mostra fotográfica O trigo, o milho, a farinha, o pão abre hoje no Ordovás

Fotografias que retratam o fazer do pão, os processos artesanais e a colheita do trigo e do milho têm muito mais a mostrar do que simples registros de um cotidiano. As cenas captadas pelo fotógrafo Aldo Toniazzo, 67 anos, formam a exposição O trigo, o milho, a farinha, o pão, que abre hoje no Centro de Cultura Ordovás e apresenta o contexto cultural existente em torno de alimentos que não devem faltar à mesa. A mostra ocorre até 9 de março, com entrada franca.

As 48 cenas foram registradas pelo fotógrafo em cidades da região por meio do projeto Elementos Culturais da Imigração Italiana no Nordeste do Rio Grande do Sul (ECIRS), do Instituto Memória Histórica e Cultural da Universidade de Caxias do Sul, coordenado pela professora Cleodes Piazza.

- A exposição é uma narrativa feita por imagens que recuperam o processo de cultivo de dois importantes cereais: o trigo, referência em todo o mundo, e o milho, muito cultivado na América Latina. As imagens mostram a trajetória dos cereais desde os grandes campos, passando pela colheita e pelo trabalho no moinho, até o pão chegar à mesa - sintetiza Cleodes.

As imagens associam também o cultivo das diferentes lavouras ao trabalho para processá-las. Captado em diferentes épocas desde a década de 1980, o acervo foi parcialmente apresentado ao público em 2006, quando foi realizada a inauguração da nova sede do projeto. Voltam agora à exposição para relembrar a cultura colonial durante a Festa da Uva.

Percorrendo o interior da região, Toniazzo e a equipe do projeto trabalharam para o resgate, a preservação e a valorização das diferentes culturas trazidas pelos imigrantes europeus. Assim, imagens muito comuns no interior podem surpreender os olhos de quem vive na cidade.

Para isso, Toniazzo priorizou as tarefas artesanais, tanto na lavoura quanto nos moinhos e nos fornos onde são preparados os pães, relembrando assim um processo antes tão comum e que está, cada vez mais, cedendo espaço à marcha da modernidade.


Fonte: Pioneiro

- O que: exposição fotográfica O trigo, o milho, a farinha, o pão, de Aldo Toniazzo
- Quando: até o dia 9 de março; de segunda a sexta,das 9h às 22h; sábados, domingos e feriados, das 15h às 22h
- Onde: Sala de Exposições do Centro de Cultura Ordovás (Rua Luiz Antunes, 312, bairro Panazzolo - % 3901.1316)
- Quanto: entrada franca. Qualquer coisa: mcarvalho@caxias.rs.gov.br

Olhar sobre a liberdade
Josias Silveira da Silva e Raquel Longhi fazem estréia amanhã no Ordovás
JANAÍNA SILVA




Josias Silveira da Silva, 20 anos, e Raquel Longhi, 24, são estudantes do curso de Licenciatura em Artes na Universidade de Caxias do Sul (UCS). Amanhã, às 20h, ambos inauguram, no Centro de Cultura Ordovás, em Caxias, a exposição Ignorância que Liberta, Liberdade que Ignora, sua primeira mostra sem vinculação acadêmica.

As obras - pinturas em acrílico e uma escultura - estarão expostas em forma de instalação. Ao redor do material, fios de arame farpado. Acima, finas correntes enferrujadas. Ao centro, uma mão gigante, também cheia de correntes. Uma maneira simples de falar sobre prisão, o que, para eles, é o contrário da liberdade.
- Nossa intenção é questionar a existência da liberdade. A mão acorrentada entra como um símbolo da escravidão e também se encaixa no pensamento dos artistas, que utilizam as mãos para expressar suas idéias - afirma Raquel.

Nos quadros estão representações do infinito e de sentidos como visão e tato. Quem quiser circular pela instalação precisará vencer primeiro a barreira dos arames farpados. Os artistas deixaram espaço para que o público possa passar pelos fios em segurança, mas ainda estão na expectativa em relação ao comportamento dos espectadores.

- As pessoas poderão entrar, mas para isso precisarão se adaptar ao ambiente - salienta a jovem artista.

Nenhuma obra receberá título, deixando mais livre a interpretação para o espectador. Todo o trabalho foi elaborado em conjunto. E mesmo durante a confecção de peças individuais houve influência de um artista sobre a obra do outro. Tanto que fica difícil definir com clareza quais são os quadros de Raquel e quais foram pintados por Josias.

- Acredito que nossos trabalhos se complementam - comenta Josias

A escolha do título vem das crenças da dupla em relação à liberdade.

- Liberdade é, na verdade, uma utopia. O que existe são momentos de liberdade. Um exemplo disso é que quanto mais você se prepara, quanto mais estuda, mais fica preso a conceitos. Uma criança, por exemplo, olha tudo de outra forma. Vem daí a questão da "ignorância que liberta" - explica Raquel.

- Quando não sabemos, ainda somos livres... Quando não sei, tenho o impulso de buscar respostas - complementa Josias.


Fonte: Pioneiro

Quando visitar

A exposição será inaugurada nesta quinta, dia 14 de fevereiro, às 20h, no Centro Municipal de Cultura Ordovás (Rua Luiz Antunes, 312, bairro Panazzolo). A visitação ocorre até 2 de março, de segunda a sexta, das 9h às 22h. Sábados, domingos e feriados, das 15h às 22h.
Outras informações pelo telefone 3901.1316.